Reflexões sobre a Carta da Terra

Publicado em: 15/05/2024 às 4h30

A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada, voltado para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e um chamado à ação.

 

Escrita em 1994, a Carta da Terra estabelece os principais fundamentos do desenvolvimento sustentável. Vejamos um trecho importante:

 

“Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os Povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.”

 

Este texto poderia ter sido escrito hoje. Os Povos da Terra ainda não se conscientizaram de sua responsabilidade perante a vida no planeta. Os valores plasmados em nós pelo Divino são suplantados pelas necessidades materiais mais atrativas, em total desconexão com a nossa fonte de vida, seguimos completamente desligados da natureza. E ela, que é um organismo vivo, se manifesta de maneira cada vez mais forte como que para tirar os filhos da letargia.

 

O processo evolutivo da humanidade, na visão hinduísta, demonstra as etapas de nossa vida na terra. Tudo absolutamente entrelaçado e divinamente construído.  No quinto estágio, quando atingimos o centro de energia no pescoço, iniciando os processos de comunicação, acontece uma grave ruptura que gera consequências até hoje em nossas vidas: o homem ergue sua cabeça, que desde o início de sua existência se voltava ligeiramente para a terra.  Esse acontecimento causa uma cisão entre ele e a energia da gravidade da terra, dando início uma desconexão com a natureza como um todo. As cabeças dos animais estão voltadas para o chão, então a energia flui para baixo, para a Mãe Terra.

Essa desconexão ganhou amplitude a partir da revolução científica, da instauração do racionalismo, como uma corrente filosófica ancorada no argumento de que a razão é a única forma que o homem tem para atingir o verdadeiro conhecimento. Dessa forma, em nome dessa premissa outros aspectos que pautavam a vida dos indivíduos foram desqualificados e relegados a um segundo plano. O valor das emoções, por exemplo, foi sendo ignorado, assim como as formas de conduta que diziam respeito ao cuidado de si, e tinham por objetivo despertar no ser humano uma reflexão sobre a forma como ele conduzia a sua existência e, através dessa conscientização ele poderia transformar e modificar a sua conduta e tornar a sua vida mais feliz, bem como capacitá-lo ao domínio dos seus instintos. Esse modelo de comportamento ganha destaque com a máxima do filósofo Sócrates, também citada pelo Senhor Jesus: conhece-te a ti mesmo, e que Shree Mataji Nirmala Devi, a fundadora da Sahaja Yoga tanto enfatizou.

Encontramo-nos subjugados e cerceados pelas práticas de produção de verdades, manipuladas por tecnologias de poder, pela indústria cultural que se apropria de figuras públicas para vender produtos e comportamentos. Dessa forma perdemo-nos nesse emaranhado de narrativas e discursos que nos confundem e subjugam.

A busca da felicidade tende a ser redirecionada para fazer coisas, adquirir coisas e descartar coisas. Tudo é planejado para ser descartável, porque, se duráveis, teríamos consumidores satisfeitos e estes se tornariam uma ameaça. Não importando qual o preço, seja ele da destruição da natureza ou à custa de trabalho escravo.

Não há mais tempo para a reflexão, para a introspecção e as pessoas atuam no “piloto automático”, sem se darem conta de que possuem uma essência imortal – o espírito. Estar conectado se impõe como uma obrigação, mas isso não se traduz em conhecimento e em responsabilidade. A questão da ética e da moralidade se tornam duvidosas. Há uma incapacidade de estabelecer os limites entre o certo e o errado, uma vez que a todo momento há um chamamento para algo que já está pronto: um produto, um comportamento…

O homem atingiu níveis materiais tão avançados, mas continua ignorando as “sutilezas” da vida. Falta um olhar mais atento para a interdependência, para os cuidados consigo mesmo e com tudo que existe, inclusive com Deus. Há que colocar a vida no centro das prioridades e repensar a forma como nos relacionamos com a natureza.

 

Shree Mataji, fundadora da meditação gratuita Sahaja Yoga, menciona o deus-menino hindu e diz:

 

Ganesha é a raiz da criação. Quando você vai contra Shri Ganesh, você começa a perder suas raízes. Você não tem nenhuma raiz. Então você é levado a qualquer coisa estúpida, qualquer coisa nova que surja.

 

Qual planta sobrevive sem suas raízes? Vale a pena refletir um pouco sobre isso

 

Apesar de tudo isso, existe um espaço entre o sujeito e o mundo e é nesse lugar que a consciência pode e deve atuar. Um lugar onde razão & emoção se encontram, se associam, se dão as mãos, e o equilíbrio favorece um senso de propósito que pode enfim ser identificado. Experimentar esse encontro de razão e emoção exige espírito científico: ver e provar, para crer… A proposta é conhecer o poder da meditação regular, que abre a consciência humana para valores elevados, oferece ao cérebro novos modelos e padrões de comportamento, sem deixar de lado a alegria, o bem estar e o convívio social.

Se o que acaba de ler faz sentido para você, então está convidado a descobrir as “sutilezas” e a grandiosidade da vida em todos os seus inúmeros aspectos, despertando a Energia Primordial da Criação, chamada de Kundalini no oriente e de Espírito Santo no ocidente, com a meditação da Sahaja Yoga.

 

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