Entrevista com Shri Mataji

Publicado em: 27/04/2023 às 10h47

Quem é você, Shri Mataji?

“Prezados todos,

Eis uma entrevista que Shri Mataji concedeu em agosto de 1982 ao jornal Tribune de
Genève:”

Sorriso e autoridade

Conhecemos Shri Mataji, cuja forte personalidade se afirma desde o primeiro olhar.
Sorriso, mas também autoridade. Perguntamos a Ela por que escolheu um local de culto
cristão para transmitir sua mensagem.

“Há um lugar simbólico que se apresentou espontaneamente. Eu disse aos meus ouvintes:
Vocês são o templo e Cristo está em vocês.”

Definir-se é limitar-se

Quem é a Senhora: uma profetisa? Uma filósofa? Uma curadora? Uma intermediária entre
Deus e os homens?
Ela sorri:

“Não tenho nenhum conceito em relação a Mim Mesma. Mas há algo assim. Eu não posso
ser classificada em uma categoria. Definir-se é limitar-se. Por exemplo, Eu sou uma dona
de casa, mas se Eu apenas Me identificar nesta categoria, Eu me limito. Melhor dizer o que
não sou. O que restará é quem eu sou.”

Nenhuma nova religião

A Senhora é a fundadora de uma nova religião?

“Não. Todas as religiões são flores da árvore da vida. Não há como rejeitar isso.
Infelizmente, os seres humanos pegaram essas flores e se apropriaram delas. Agora é
preciso mostrar o que há em comum entre o budismo, o Islamismo, o Cristianismo…”

O olho da energia interior

Qual é a sua mensagem principal?

“Permitir que todos conheçam a realidade absoluta que está em nós, pelo despertar do
processo espontâneo de Realização do Si. É o despertar da “Kundalini”, a energia interior
que se manifesta por pulsações ao longo da coluna até o topo do crânio, e é percebida
como uma brisa fresca nas mãos.”

Para isso Shri Mataji pratica uma espécie de imposição de mãos.

Compreendido mais facilmente na Índia

Essa filosofia é difícil de conceber para ocidentais racionalistas.

“De fato, o Ocidente carece de um certo histórico cultural. Na Índia, o conceito de
Realização do Si, na forma uma de consciência vibracional é familiar e Minha mensagem é
bem-vinda, especialmente no campo. É alguma coisa que vem de muito longe, desde as
origens humanos, nas brumas do tempo. Eu nasci para trazer esta mensagem.”

Você não pode organizar o poder divino

Seus discípulos formam uma Igreja, uma comunidade?

“Não podemos organizar o poder divino. Nós não formamos uma igreja, simplesmente uma
espécie de comunidade inorgânica, nascida da necessidade de manter contato, de falar a
mesma língua, sem cortar nada. Existem tantas forças destrutivas no mundo, que a única
resposta possível é uma transformação interior do homem que permita que o amor se torne
um poder operativo. Entre duas pessoas que receberam a Realização do Si, a comunidade
humana pode verdadeiramente se desenvolver.”

Os homens não têm paciência

Como mulher, a Senhora considera que tem algo específico para dar?

“Os homens não têm paciência. É preciso que seja uma mãe, que perdoa, que ama seus
filhos, como nossa Mãe Terra.”

(texto original em francês, traduzido por Valéria Ferreira, do coletivo de BH)